Peço licença para reproduzir a bela fábula do escritor mineiro Autran Dourado (1926-2012). Leiam com o coração :-)
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O pintassilgo
por Autran Dourado
Era uma vez um pintassilgo amantíssimo, capaz de dar a vida pelos seus filhotes. Um dia, trazendo no bico uma minhoca para eles, não os encontrou. Caindo no maior desespero, saiu a procurá-los pela floresta; os ninhos que ele encontrava estavam vazios. Vendo-o tão desesperado, disse um pardal que não adiantava procurá-los, pois os vira numa gaiola na janela da casa do proprietário da floresta.
Cheio de esperança, o pintassilgo voou para lá. Viu logo, numa gaiola dourada, os seus filhotes presos. Começou a bater o peito, o bico e a cabeça na grade da gaiola. Inutilmente, porque o arame da gaiola era muito grosso. Voltou para a floresta.
No dia seguinte estava de volta, trazendo no bico uma erva. A erva era venenosa e os filhotes morreram.
Moral da história: antes morrer do que ficar preso. Foi o que disse o pintassilgo.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2014
domingo, 13 de abril de 2014
o que revela a neblina
Paisagem encoberta pela neblina é, para mim, única. Fico quieta a contemplar toda vez que me deparo com tal vista. Lembro-me de quando ia à escola, ainda criança, e ela envolvia o caminho. Hoje são raros os momentos em que aparece.
Recordo ainda de minhas passagens pela Inglaterra. O fog londrino e a exposição do impressionista J. M. William Turner. Passeio que sempre estará no meu presente.
Ouço o Boléro de Maurice Ravel, melodia repetitiva, mas que surpreende. E que foi lindamente interpretada pelo argentino Jorge Donn. Pode ser apreciada também em Retratos da Vida (Les uns et les autres), filme de 1980.
E, na última semana, encontro mais uma referência para o repertório esfumaçado: "A cinza das horas", primeiro livro de Manuel Bandeira. Na capa, trilha no bosque ofuscado pela névoa. Embora os poemas caminhem para o fúnebre, nos conforta. Serenidade dada pelos versos do poeta, na época, enfermo.
Paisagem encoberta pela neblina é, para mim, única. Fico quieta a contemplar toda vez que me deparo com tal vista. Lembro-me de quando ia à escola, ainda criança, e ela envolvia o caminho. Hoje são raros os momentos em que aparece.
Recordo ainda de minhas passagens pela Inglaterra. O fog londrino e a exposição do impressionista J. M. William Turner. Passeio que sempre estará no meu presente.
E, na última semana, encontro mais uma referência para o repertório esfumaçado: "A cinza das horas", primeiro livro de Manuel Bandeira. Na capa, trilha no bosque ofuscado pela névoa. Embora os poemas caminhem para o fúnebre, nos conforta. Serenidade dada pelos versos do poeta, na época, enfermo.
domingo, 23 de março de 2014
outono e poesia
Hoje senti o outono tal e qual sua descrição. O calor se esvaiu. O parque está mais vazio. É muito bom correr com o vento gelado no rosto. Com o cheiro das plantas úmidas. Com o barulho das folhas secas sob os pés. Que venham mais manhãs assim :-)
...
Ao procurar imagens que traduzissem a leitura no outono, encontrei a foto de uma pessoa que caminha e lê, rodeada pelo dourado típico da estação. Ela ilustra matéria de 2009 no The Guardian. Especificamente, o poema "Antiquities", da britânica Veronica Forrest-Thomson (1947-1975). Escrito na década de setenta, faz parte de sua coleção "Language-Games" ou jogos de linguagens, uma homenagem à obra do austríaco Wittgenstein. Para ela, o tratado do filósofo sugere que o que fazemos com nossas palavras é o que fazemos com nossa experiência de vida, a linguagem descreve nossa realidade. O outono é sempre excelente pretexto para novas leituras e novas sensações. E vocês, o que descobriram nesse início da nova estação?
Trecho do poema
"Autumn leaves turn like
pages, black on white. For green
and gold must be as parenthetical
as walks through sharpening air
and clamant colour, smoky light
along the Backs, from typewriter
to Library."
("As folhas de outono viram-se como
páginas, preto no branco. Para o verde
e o dourado, parênteses
como as caminhadas através do ar cortante
...

Ao procurar imagens que traduzissem a leitura no outono, encontrei a foto de uma pessoa que caminha e lê, rodeada pelo dourado típico da estação. Ela ilustra matéria de 2009 no The Guardian. Especificamente, o poema "Antiquities", da britânica Veronica Forrest-Thomson (1947-1975). Escrito na década de setenta, faz parte de sua coleção "Language-Games" ou jogos de linguagens, uma homenagem à obra do austríaco Wittgenstein. Para ela, o tratado do filósofo sugere que o que fazemos com nossas palavras é o que fazemos com nossa experiência de vida, a linguagem descreve nossa realidade. O outono é sempre excelente pretexto para novas leituras e novas sensações. E vocês, o que descobriram nesse início da nova estação?
Trecho do poema
"Autumn leaves turn like
pages, black on white. For green
and gold must be as parenthetical
as walks through sharpening air
and clamant colour, smoky light
along the Backs, from typewriter
to Library."
("As folhas de outono viram-se como
páginas, preto no branco. Para o verde
e o dourado, parênteses
e das cores suplicantes, luz esfumaçante
por entre a costa, da máquina de escrever
até a livraria." - tradução livre)
Outro texto sobre as delícias do outono: www.livrosemotivos.com.br/2012/06/outono.html
Outro texto sobre as delícias do outono: www.livrosemotivos.com.br/2012/06/outono.html
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
spine poetry
E eu descobri a spine poetry ou poesia de lombada.
A ideia surgiu há mais de 20 anos a partir do projeto Sorted Books, da artista plástica norte-americana Nina Katchadourian. Nele, ela propõe o rearranjo de livros de forma a criar poesias, piadas ou pequenas histórias com os títulos. O resultado foi apresentado por meio de fotos, esculturas, nas próprias prateleiras das bibliotecas, em instalações e até virou um livro. Ganhou vários adeptos. Para fazer, basta analisar seus livros e ver as possíveis combinações. É uma brincadeira bem divertida.
Aqui está minha incursão neste universo ;-)
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
as imagens de livros e motivos
A maioria das fotos e
ilustrações que coloco aqui no blog e na página no Facebook são garimpadas em
bancos gratuitos. Utilizo o Stock.XCHNG
e o Everystockphoto.com, ferramenta que busca imagens que podem ser divulgadas livremente.
Há muita coisa tosca, mas no geral a qualidade é boa e sempre encontro o que quero para ilustrar textos e
pensamentos. Ou algo realmente inspirador, como a sala abaixo.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
como é fácil ser feliz
Brincar com os cachorros.
Almoçar domingo na casa da mãe e encontrar os irmãos.
Receber uma ligação ao anoitecer com a pergunta: “o que vai ser hoje?”
Ouvir o empolgado “venha ver” logo após a descoberta de uma flor que está brotando no vaso ou nova muda na horta instalada na sacada.
Passear numa tarde fria e ensolarada.
Correr tendo apenas os pensamentos e as árvores como companhia.
Deixar a casa limpa e aconchegante.
Deixar a casa limpa e aconchegante.
Experimentar novos temperos.
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Minha caneca preferida de chá
Esses são
alguns momentos do dia a dia que me dão aquela sensação boa de aconchego e
felicidade. Descubra e valorize os seus J
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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
15 livros e 15 viagens pelo mundo
Que tal viajar por meio dos livros? Aqui está uma relação de romances que, além de serem ótimos, ainda nos dão detalhes de lugares que merecem ser visitados. Enjoy :-)
Portugal

Trem noturno para Lisboa, de Pascal Mercier
Verdadeiro passeio pelas vielas de Lisboa junto com Gregorius, professor suíço que larga a aula pela metade e parte para Portugal, logo após ser seduzido pela beleza do sotaque lusitano.
As pequenas memórias, de José Saramago
A ideia que tenho das aldeias portuguesas foi reforçada (e confirmada) com a leitura da autobiografia da infância e adolescência de Saramago.
Estados Unidos

O sofá laranja, de Fania Szydlow Benchimol
O livro traz cartas, confusas e nostálgicas, de uma mulher ao marido. Elas foram encontradas no outono de Nova York, em algum banco do Central Park.
Garota exemplar, de Gillian Flynn
O casal sai de Nova York para morar na cidade natal do marido, no centro-oeste norte-americano. Daí, a esposa desaparece e quem é o suspeito? Suspense e surpresas às margens do rio Mississipi.
Itália

Mil dias em Veneza e Mil dias na Toscana, de Marlena de Blasi
Os textos narram as aventuras da autora por essas duas regiões italianas. Na primeira encontra o marido que será o companheiro da segunda jornada. Dá vontade de se perder por lá. Com muito pão, azeite, alecrim e vinho.
Os textos narram as aventuras da autora por essas duas regiões italianas. Na primeira encontra o marido que será o companheiro da segunda jornada. Dá vontade de se perder por lá. Com muito pão, azeite, alecrim e vinho.
Inglaterra
Charlotte Street, de Danny Wallace
É na famosa rua londrina que o personagem principal ajuda uma moça a entrar num taxi. Na empolgação, acaba ficando com a máquina fotográfica dela. O livro tem sabor de seriado. Poderia muito bem ser desmembrado em vários episódios na bela Londres.
A casa das orquídeas, de Lucinda Riley
Aqui a viagem é pelo interior inglês, seus condados e jardins bem cuidados. Aliás, foi isso que eu mais gostei no livro, que deve ser lido com uma taça de vinho rosé, a exemplo dos personagens.
Brasil

Nihonjin, Oscar Nakasato
Lindo romance que trata da imigração dos japoneses no Brasil. A história começa pelo interior de São Paulo e termina no bairro da Liberdade, na capital paulista. Comovente.
Relato de um certo oriente, Milton Hatoum
Primeiro romance de Hatoum. Tal qual os que vieram depois, traz imigrantes libaneses e como se adaptaram a Manaus e à floresta. A partir de várias vozes, acompanhamos a construção do passado da protagonista.
Japão
Japão

1q84, de Haruki Murakami
São três volumes aqui no Brasil. O último foi lançado há pouco tempo. O romance tem várias dimensões e nos instiga a pensar se realmente estamos aqui ou se aqui é ali (?). Acompanhamos os passos e devaneios de Tengo e Aomame em Tóquio. Ótimas referências literárias, musicais e históricas.
Chile

A contadora de filmes, de Hernán Rivera Letelier
O autor nos aproxima do deserto de Atacama, conhecido como o mais solitário do mundo. Fala sobre uma família apaixonada por cinema e como a carência de recursos fez com que eles assistissem aos filmes pela voz e gestos da caçula.
Pelo mundo

A viagem de théo, de Catherine Clément
Viagem pelas religiões e os países que melhor as representam. Excelente aula sobre história, cultura e, principalmente, sobre a origem das principais crenças. Passagens por Israel, Índia, Brasil, Itália, Egito, Japão etc.
O silêncio das montanhas, de Khaled Hosseini
Aqui passamos pelo Afeganistão, Grécia, França e Estados Unidos. Mostra pessoas que por algum motivo tiveram que sair de seus países, com tradições muito distintas, e que subitamente se viram em outra cultura.
Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa
Por meio do romance cheio de idas e vindas de Ricardo Somocurcio com sua ‘Chilenita’, nós ganhamos uma brilhante viagem literária por Paris, Londres, Tóquio e pelo litoral peruano.
O tempo entre costuras, de María Dueñas
A narração é feita pela protagonista, Sira Quiroga, e passa pelos bastidores de dois grandes conflitos, a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial. Isso nos leva a passeios pela Espanha, Marrocos e Portugal. E com uma história fascinante que não dá para largar.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
leitura dos momentos
Alguns registros dos meus momentos com os livros. Inspiração para outras leituras :-)
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Meu cantinho indiano. É aqui que mais leio e que, por muitas vezes, sou surpreendida a divagar. Bem devagar ;-) |
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
guarde seus livros de outra forma
Que tal guardar seus livros de forma diferente. E ainda aproveitar para dar um up na decoração da sua casa? Aqui estão algumas dicas que estão na wide world web.
Inspirem-se ;-)
Inspirem-se ;-)
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Utilize a mala velha para guardar os livros. O resultado pode ficar bem bacana. Ver mais |
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Esta dica é para quem mora em locais que pedem aquecedor. Adorei o resultado. Ver mais |
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Detalha para a iluminação. Os livros não são mesmo especiais? Ver mais |
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Aqui até os cachorros utilizam os livros ;-) Ver mais |
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Se tiver uma caixa de supermercado em casa, faça você mesmo. Ver mais |
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Para o quarto das crianças. Ver mais |
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Para quem gosta de um tom de galpão, excelente opção. O resultado é maravilhoso. Ver mais |
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