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domingo, 13 de abril de 2014

o que revela a neblina



Paisagem encoberta pela neblina é, para mim, única. Fico quieta a contemplar toda vez que me deparo com tal vista. Lembro-me de quando ia à escola, ainda criança, e ela envolvia o caminho. Hoje são raros os momentos em que aparece. 


Recordo ainda de minhas passagens pela Inglaterra. O fog londrino e a exposição do impressionista J. M. William Turner. Passeio que sempre estará no meu presente. 



Folheto da exposição de JMW Turner em Londres

Ouço o Boléro de Maurice Ravel, melodia repetitiva, mas que surpreende. E que foi lindamente interpretada pelo argentino Jorge Donn. Pode ser apreciada também em Retratos da Vida (Les uns et les autres), filme de 1980. 


E, na última semana, encontro mais uma referência para o repertório esfumaçado: "A cinza das horas", primeiro livro de Manuel Bandeira. Na capa, trilha no bosque ofuscado pela névoa. Embora os poemas caminhem para o fúnebre, nos conforta. Serenidade dada pelos versos do poeta, na época, enfermo.

 

Neblina é descanso para o olhar. Esconde. Revela. Parece sempre a mesma, mas difere-se nos movimentos. Muitas vezes é fugaz. Talvez por ser apenas impressão, afinal.

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