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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

vá emborra


Só ouvi um “bonjour” com desdém. Alguns murmúrios abafados e misturados com buzinas. Logo depois, “aqui é Brasil”. E, na sequência, “vá emborrra”. Olhei para o lado e vi um homem (mau vestido pelas roupas velhas, sujas e rasgadas) pedindo dinheiro para outro (também mau vestido, mas pela infeliz combinação de peças) que, aparentemente assustado, se afastava cada vez mais. O primeiro estendia a mão pedindo uma “moeda”. O segundo se afastava com a palma de uma das mãos em sinal de “pare”, enquanto a outra protegia a mulher que estava ao seu lado, inerte e indiferente à situação. Pararam (paramos) todos diante da faixa de pedestre esperando o momento de cruzar a avenida.

“Aqui é Brasil!”, veio mais enfático. O “vá emborrra” chegou mais trêmulo. Agora seguido de um desajeitado “n o s  d e i x e  e m  p a z”. E novamente: “aqui é Brasil”. Como se dissesse “você tem que entender o que falo, tem que me dar o que eu peço”. O bate-papo de duas frases e meia estava ficando cada vez mais tenso. Até que uma moça de jaleco branco, sombra verde nas pálpebras e guarda-chuva rosa resolveu intervir. “Deixe-o em paz, vá embora. Não está vendo que está atrapalhando. Respeite primeiro para ser respeitado.” “Aqui é Brasil...”, distanciando-se. “Obrrrigado”. Sinal verde par nós. Fim? Talvez. Afinal, aqui é Avenida Paulista. Está garoando. E quem nunca disse ou pensou frases semelhantes, cobrindo-se com sua própria roupa, escondendo-se em seu próprio idioma.

“O estrangeiro habita em nós: ele é a face oculta da nossa identidade, o espaço que arruína a nossa morada, o tempo em que se afundam o entendimento e a simpatia.” Reflexão muito propicia feita sobre a alteridade por Julia Kristeva em seu livro ‘Estrangeiro para nós mesmos’. “Entre duas línguas, o seu elemento é o silêncio”, boa metáfora do medo que temos do estranho. E do invisível que se mexe.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

mais livros 2

Seis novos livros chegaram à minha estante nos últimos dois dias. Em breve, muito em breve mesmo, espero ter percorrido boa parte deles.

Seria tudo mais simples se eu me atentasse somente aos livros que já tenho, e que não dou conta de ler. Mas as editoras e livrarias são sedutoras. E a internet e seus hiperlinks contribuem para que mais e mais títulos apareçam na minha frente. Sem falar das referências dentro de cada livro.

Mas o que é a leitura senão uma sucessão de “falta este, e este, e este”, ora pois.

O livro de ouro da mitologia, Thomas Bulfinch

Paquero esse livro há muito tempo. Num passeio pela livraria, eis que o encontro por apenas R$ 14,90. Impossível resistir. Agora ele está na minha prateleira com outros livros do mesmo tema.

Do que eu falo quando eu falo de corrida, Haruki Murakami

Li 1Q84 desse autor e gostei muito de seu estilo, que mistura fantasia e realidade. Aproveitei para ler um pouco sobre sua vida. Seu passatempo preferido é correr. Como também estou indo por este caminho (São Silvestre: estive lá), vai ser interessante saber mais sobre a relação das maratonas com sua escrita. 

Os enamoramentos, Javier Marias

Simplesmente porque gostei da resenha que li e quero ver logo o desfecho da história.

Os fantásticos livros voadores de Modesto Máximo, de William Joyce
Virou um curta premiado com o Oscar em 2012. Um rapaz tem suas memórias escritas levadas por um furacão. Talvez para salvá-lo ou salvar-se aparece uma moça que o guia até uma inusitada biblioteca. Lindo. Já postei aqui um texto que o cita.

A linguagem dos animais, contos e crônicas sobre bichos

O título vem de um dos contos dessa coletânea. De autoria de Italo Calvino, fala de um menino que entendia muito bem os animais. Aqui também há textos de Machado de Assis, Guy de Maupassant, Vinicius de Moraes, entre outros. I love animals, anyway.

O velho e o mar, Ernest Hemingway

Pois é. Ainda não li esse famoso (e obrigatório) livro. Mas é pra já.

Não espero mostrar aqui todos os livros que compro ou ganho, apenas um e outro. Se pintar o clima ;-)



domingo, 27 de janeiro de 2013

a melhor história está por vir

Ainda estou com lágrimas nos olhos, mesmo depois de já se terem passados alguns minutos após eu ter lido a última frase da espanhola María Dueñas em seu 'A melhor história está por vir', título teaser clichê. Talvez a 'Misión Olvido', ou 'Missão Esquecida', não fosse suficientemente forte - ou fraco, como preferir - para chamar a atenção dos leitores brasileiros. Ou porque o livro, de fato, tenha seus momentos piegas com suas sucessivas revelações e exageradas reações negativas da protagonista.

São três histórias contadas por vozes diferentes. Logo nas primeiras páginas somos apresentados à Blanca Perea. A narrativa em primeira pessoa nos mostra seu desespero com o fim do casamento. Acadêmica respeitada, ela vai ao chão depois que o marido sai de casa para viver com uma mulher quinze anos mais jovem. E ultrapassa o chão quando descobre que essa moça está grávida. Com dois filhos já adultos e prestes a completar quarenta e cinco anos, implora à diretora de sua universidade que a mande para bem longe. Assim, sai de Madri, na Espanha, e vai parar na Califórnia norte-americana. Precisamente na Universidade de Santa Cecília, a poucos quilômetros de São Francisco.

Lá é encarregada de desenterrar o trabalho do professor, e também espanhol, Andrés Fontana. Esquecido depois de sua morte trinta anos antes, seu legado parece, de repente, interessar a alguma instituição privada que financia o projeto. Sem se apegar a nada, Blanca começa o seu trabalho. Disposta a agir mecanicamente, apenas. O que ela não contava é que aquela pesquisa em caixas empoeiradas, aparentemente inútil, iria seduzi-la. Assim como ela, mesmo sem querer, vai seduzir o diretor da universidade, Luis Zárate, e um antigo membro da universidade, Daniel Carter, norte-americano com alma espanhola.

No meio de sua narrativa apressada, temos intervalos para mais duas histórias, mostradas em terceira pessoa. Uma é a trajetória de Fontana, que veio com esta fabulosa sentença: "a pessoa só valoriza o sol da infância quando o perde". E a outra, as aventuras de Carter, seu pupilo, cujo enredo me deu certa sonolência. Enfim, sabe-se lá por quais razões a autora quis incluir amores proibidos e até militares na trama. Isso pode nos levar a acreditar que para ser verdadeiro - e eterno - o amor precisa ser impossível ou trágico.

Contudo, é uma leitura contagiante. A missão do título original remete às missões franciscanas na Califórnia, tentativa dos espanhóis de catequizar os índios locais, principal investigação de Andrés Fontana antes de morrer. O entusiasmo e o rigor acadêmico dos personagens rendem boas inspirações para quem pensa em seguir por essa vereda. Blanca, aliás, tem muito de sua criadora, que também é professora universitária, mãe de dois adolescentes e está na faixa dos quarenta e pouco. E o final de tudo isso, bem, esse deixou alguns suspiros, além da vontade de provar um Petit Verdot, sugerido numa noite qualquer.

"Tengo que marcharme de aqui, necesito que me ayude. No sé adónde, igual me da. A um sitio en donde no conozca a nadie y en el que nadie me conozca a mi." 



domingo, 20 de janeiro de 2013

pretinha

Por Renata Okumura

Sempre tive e gosto muito de cachorros. Mesmo nos momentos mais tristes, eles me arrancam sorrisos.

Era manhã de quarta-feira, 14 de novembro de 2012, estava a trabalho quando me deparei com cinco filhotinhos abandonados e dormindo todos juntinhos na porta da Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Um dos cachorrinhos se afastou dos irmãos e veio ao meu encontro. Naquela hora me deu um aperto no coração, mas acabei deixando-os lá e fui para o trabalho.

À tarde, pensei muito nos filhotinhos. O que poderia fazer por eles? Por que apareceram na minha frente? Talvez para eu tomar uma providência.

Não resisti. No dia seguite fui lá buscá-los, com o apoio da minha irmã Kátia. Dos cinco filhotes, quando cheguei ao local, encontrei três. Talvez por serem as três fêmeas ninguém quis adotá-las.

Foram comigo pra casa, levei ao veterinário. Depois de alguns dias, duas faleceram, já estavam bem debilitadas. A sobrevivente foi a Pretinha, como a chamo desde que a encontrei. Quando pequenina, ela tinha os pelos pretos, agora está com pelos pretos e outros castanhos, parecendo luzes. Magrelinha com pelos lisos, e arrepiados no focinho. Pesa atualmente 5,3 quilos, chegou com 1,5 quilos.

Uma curiosidade: por incrível que pareça, foi a cachorrinha que se afastou dos irmãos e veio ao meu encontro no dia em que os vi pela primeira vez.

Quando busquei os filhotes, a intenção era cuidar e deixá-los para adoção. Mas aí quando ficou só a Pretinha, e como eu falava e ninguém manifestava interesse, eu disse que iria ficar com ela. Dias depois da minha decisão até apareceu uma pessoa interessada, mas eu já tinha feito minha promessa e me apegado. Desde então, a Pretinha mora comigo. E é super amiga dos cachorros de casa, do Billy e do Pirulito, só não tão amiga da Nina, por ser fêmea também. Está crescendo, agitada, brincalhona, danada e comilona! Mas acima de tudo, muito carinhosa. Ao ouvir meus passos, as orelhinhas já levantam. E como gosta da sua caminha de almofadas que ganhou da minha irmã e do seu ursinho de pelúcia, este meu presente! Posso dizer que ela me escolheu para ser sua dona.


a última carta de amor

“Nunca deixe de dar um recado a alguém. Por mais que você acredite que aquilo vai fazer mal ao destinatário.” Esta foi a lição – se é que podemos tirar alguma lição – do livro 'A última carta de amor', de Jojo Moyes.

Ellie é jornalista. Trabalha num grande jornal e há um ano namora John, que é casado e aparentemente não tem a intenção de deixar a esposa. Mas para ela isso não é tão óbvio. Apesar de seus 32 anos, fica a buscar significado em cada palavra vaga que ele lhe envia pelo celular. Mas a perdoamos. Afinal, qual mulher ansiosa não faz isso quando está apaixonada? Ocorre que essa obsessão a prejudica no trabalho. A chefe já está de olho em sua baixa produtividade e olhares perdidos. Situação péssima para quem sempre ambicionou grande carreira profissional.

O jornal vai mudar de sede e ela ganha da chefe a missão de fazer um artigo a partir dos arquivos antigos. É a chance de melhorar sua imagem. Ainda aérea e de olho no celular, desce até o porão atrás de tema para a reportagem. É quando encontra uma carta de 1960, quarenta anos antes.

"Meu querido e único amor,
Eu falei a sério. Cheguei à conclusão de que o único caminho é um de nós tomar uma decisão ousada.
Não sou tão forte quanto você. Quando a conheci, achei que fosse uma coisinha frágil, alguém que precisava proteger. Agora percebo que me enganei. Você é a forte de nós dois, a que é capaz de suportar conviver com a possibilidade de um amor como este, e com o fato de que ele jamais nos será permitido."

Curiosa e se identificando com o adultério evidente na missiva, ela investiga a história e conhece Jeniffer. Na época, casada com rico empresário. Levava a vida - talvez podemos dizer assim - de 'dondoca'. Até que aparece Anthony, jornalista aventureiro que a seduz. A partir daí, surgem os dilemas de quem tem muito a perder, caso resolva se entregar a esse grande amor. No meio de tudo isso, ainda tem que lidar com a amnésia por causa de um acidente de trânsito.

Literatura água com açúcar. Mas superado o melodrama desnecessário da primeira metade, o livro até que se torna empolgante. E quase justifica a chamada da capa colocada a partir do comentário do Stylist: "impossível de largar".

"Não quero saber o que está acontecendo na sua vida, Ellie. Não quero saber se tem problemas pessoais, se alguém próximo a você morreu, se está atolada em dívidas. Nem quero saber se você está com uma doença grave. Só quero que faça o trabalho para o qual é paga. Você já deve saber a essa altura que os jornais não perdoam. Se você não entregar as matérias, a gente não consegue os anúncios nem, aliás, a tiragem em circulação. Se não conseguirmos essas coisas, estamos todos no olho da rua, uns mais cedo que outros. Estou me fazendo entender?"


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

o melhor do mau humor

Ao mudar meus livros de lugar, agrupando-os, finalmente, por assunto, revisitei “O melhor do mau humor – coletânea de citações venenosas”, editada pelo escritor, jornalista e colunista da Folha de São Paulo Ruy Castro. Eu o adquiri há muitos anos. Publicado em 1990 pela Companhia das Letras, está esgotado no fornecedor (uma edição mais recente, de 2007 da Companhia do Bolso, ainda pode ser encontrada), mas as ironias e sátiras nele dispostas são atemporáis. 

Frases de escritores, filósofos, políticos, economistas são amplamente divulgadas por e-mails e, mais recentemente, bombardeadas nas redes sociais. Sem a devida certificação, muitas vezes lemos – e replicamos – citações que não foram enunciadas por aqueles que carregam suas autorias. Aqui podemos acreditar que, de fato, estamos diante de palavras proferidas por Woody Allen, Millôr Fernandes, Nietzsche, Oscar Wilde, Voltaire, Nelson Rodrigues, entre outros tantos.

Mas o melhor mesmo desta coletânea é que ela passa longe dos “pensamentos sublimes”, que enfatizam que é preciso acreditar na vida e que basta um dia após o outro para tudo ficar melhor. São, pelo contrário, 1.457 citações que ressaltam o vexame que somos. Tudo em ordem alfabética por tema. Para o organizador, elas são como “tapa de luva. Só que a luva é de boxe.” E se você se sentir atingido, lembre-se que “só doerá se você não rir.”

Amostra:

Amigos

“Com o tempo, qualquer amigo muito próximo e querido acaba se tornando tão inútil quanto um parente.” George Ade

Afrodisíaco

“O poder é o afrodisíaco definitivo.” Henry Kissinger

Amor

“O amor é o que acontece entre um homem e uma mulher que não se conhecem muito bem.” W. Somerset Maugham

Cinema

“Alguns astros de cinema usam óculos de escuro até mesmo na igreja. Devem ter medo de que Deus os reconheça e peça seus autógrafos.” Fred Allen

Desconfiança

“Desconfie de qualquer empreitada que exija roupas novas.” Henry David Thoreau

Desculpas

“Infelizmente devo declinar do seu convite devido a um compromisso assumido posteriormente.” Oscar Wilde

Fatos

“Não há fatos, só interpretações.” Friedrich Nietzsche

Felicidade

“Poucas pessoas conseguem ser felizes, a menos que odeiem outra pessoa, nação ou credo.” Bertrand Russell

Franceses

“Quando quero saber o que a França pensa, pergunto a mim mesmo.” Charles de Gaulle

Humor

Humor é o caos emocional relembrado em tranquilidade.” James Thurber

Idade

“Envelhecer é ser punido cada vez mais por um crime que não se cometeu.” Anthony Powell

Juventude

“Se eu pudesse voltar à juventude, cometeria todos aqueles erros de novo. Só que mais cedo.” Tallulah Bankhead

Livros

“Alguns livros são do tipo que, quando você os larga, não consegue pegar mais.” Millôr Fernandes

“Não existem livros morais ou imorais. Livros são bem ou mal escritos. Nada mais.” Oscar Wilde.

“Quando se diz que um escritor está na moda, se quer dizer que ele é admirado por menores de trinta anos.” George Orwell.

Mentira

“Não ser descoberto em uma mentira é o mesmo que dizer a verdade.” Aristóteles Onassis

Monalisa

“Ela tem o sorriso de uma mulher que acabou de jantar o marido.” Lawrence Durrell

Morte

“A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística.” Joseph Stalin

“Não fui ao enterro dele, mas mandei um bilhete simpático dizendo que deve ter isso um sucesso.” Mark Twain

Mulheres

“Mulher e livro – emprestou, volta estragado.” Stanislaw Ponte Preta

Mundo

“O mundo se divide em pessoas boas e más. As pessoas boas têm um sono tranquilo. As pessoas más se divertem mais.” Woody Allen

“E se este mundo for o inferno de outro planeta?” Aldous Huxley

Óbvio

“Só os profetas enxergam o óbvio.” Nelson Rodrigues

Patrões

“Não quero puxa-sacos perto de mim. Quero gente que me diga a verdade, mesmo que isso lhes custe o emprego.” Samuel Goldwyn

Pobres

“Meus pais não tinham dinheiro para me comprar um ioiô no Natal. Então me compraram um iô.” Max Eastman

Pontualidade

“Pontualidade é uma coisa que, se você segue à risca, não encontra ninguém para apreciá-la.” Harold Rome

Psiquiatra

“O psiquiatra é a primeira pessoa com quem você deve falar depois que começa a falar sozinho.” Fred Allen

“O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele. O psiquiatra cobra o aluguel.” Jerome Lawrence

Publicidade

“A publicidade pode ser descrita como ciência de prender a inteligência humana o tempo suficiente para lhe arrancar algum dinheiro.” Stephen Leacock

Razão

“Quando o povo começa a raciocinar, é porque já está tudo perdido.” Voltaire

Solidão

“É muito melhor estar mal acompanhado do que só. A única vantagem da solidão é poder entrar no banheiro e deixar a porta aberta.” Antônio Maria

Sucesso

“Não basta ser bem sucedido; os outros também precisam fracassar.” Gore Vidal

Suicídio

“A ideia do suicídio é um grande consolo. Com sua ajuda, muita gente já atravessou noites difíceis.” Friedrich Nietzsche

Trabalho

“O trabalho nos livra de três grandes males: o tédio, o vício e a pobreza.” Voltaire

Vulgaridade

Madame Bovary é o livro mais sexy já escrito. A mulher é praticamente uma ninfomaníaca, mas você não encontrará uma única palavra vulgar nele.” Noel Coward
 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

livros e motivos

Encontro nos livros viagens imaginárias. Sonhos possíveis.

Personagens que admiro e que me guiam. Frustrações que os textos curam.

Amor que a poesia enaltece.

Uma boa leitura é vida que não se acaba. É solidão que não se estranha.

Paixão que nunca se apaga.

Feliz 2013. Com muitos motivos para ler e sorrir :-)


The Reading Tree, de Judith Clay