Imagem compartilhada no Facebook |
As pessoas estão mais conectadas e mais solitárias. Valorizamos mais o “lá” que o “aqui”. Penso nos momentos com a família ou com os amigos nos quais eu desviei a atenção para e-mails ou mensagens nas redes sociais. Sinto vergonha.
Fui egoísta. Por que achei que falar com quem não estava presente era mais importante que comentar algo dito ao meu lado?
Claro que não entro no mérito de assuntos urgentes. Vamos admitir, porém, que eles são raros. O que há é o vício pela luz vermelha indicando nova mensagem. Sem contar a ansiedade em postar tudo o que acontece, antes mesmo que o assunto seja discutido com nosso interlocutor, doravante espectador do movimento frenético de nossos polegares.
Silenciosamente, tiramos fotos, que são rapidamente carregadas nas páginas de todos os nossos perfis. Curtimos alguns relatos, piadas. Retuitamos notícias inusitadas. Respondemos e-mails. Reclamamos um pouco da vida. Damos um bom dia geral no Facebook. E à noite enfatizamos a beleza da lua. Enquanto isso, passamos de cabeça baixa por seres que estão no mesmo ambiente que nós. Sem contar o tempo a imaginar momentos que podem ser compartilhados. Ufa.
Olho para os lados e as pessoas estão curvadas a teclar. Isso mesmo, somos os ‘corcundas do smartphone’. Parece que o celular não pode esperar. O mesmo vale para notebooks, tablets e derivados.
Mas o que não pode mesmo esperar é o convívio aqui e agora. É a nossa presença, de fato, em reuniões profissionais, familiares e com amigos. Sem tantas interrupções virtuais. Lembro de situações recentes em que nenhuma das pessoas que estava comigo parecia se importar com esses aparelhos. Fico feliz. Escrevi este texto, sobretudo, porque as lágrimas dos brinquedos, na imagem acima, sensibilizaram-me. Eles foram deixados de lado em detrimento do apetrecho aparentemente mais interessante. Triste adeus dos bonecos e ursinhos.
Não sou contra a tecnologia. Tenho cá minhas ferramentas modernas. Todavia tomei uma decisão. Não vou mais deixar que as notificações atrapalhem minha verdadeira timeline.