“Um pedido satisfeito torna ainda mais
insuportável a falta não confessada.”
Leda arruma as malas e vai para o litoral sul da Itália. Lá, enquanto fica em um canto tranquilo da praia, continua trabalhando, lendo seus livros e corrigindo trabalhos. Até que uma família lhe chama a atenção. Primeiramente, percebeu a jovem mãe e sua filha de cerca de dois ou três anos. Gosta de olhar para as duas e ver como são unidas, relacionamento que ela não teve com sua mãe e suas filhas. De certa forma, isso a atrai ao mesmo tempo que lhe traz lembranças amargas. O conjunto de sentimentos acaba fazendo com que a família, que logo se mostra enorme, barulhenta e confusa, seja uma obsessão em seus passeios diários. Chega a ser patética. E tudo piora quando a bebê desaparece, deixando todos enlouquecidos, inclusive Leda, que também participa das buscas. Porém, num impulso doentio, Leda ‘rapta’ a boneca da garota. É como se quisesse recuperar, com isso, sua infância. Talvez daí venha o título do romance. Em paralelo, ela tenta se aproximar do salva-vidas da praia, mas descobre que é apaixonado pela jovem mãe. Ou seja, nada fácil para nossa problemática protagonista. A ideia que fica é o arrependimento por coisas que deixamos de fazer, sonhos que abandonamos e relacionamentos que negligenciamos. Leitura sensacional. Só larguei o livro no fim.
“As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender.”