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sábado, 3 de dezembro de 2022
um lugar distante
“Um lugar distante” é uma novela que foca em dois personagens secundários de “A pequena ilha da Escócia”: Lorna, professora que habita Mure desde sempre, e Said, médico sírio que recebeu a oferta de emprego na ilha enquanto estava em um campo para refugiados. Enquanto ela tem que lidar com a grave doença do pai, ele precisa se reencontrar depois de ter fugido da guerra em seu País. Durante o trajeto, perdeu sua família e sua identidade. Aceita o trabalho que lhe é oferecido, para ser o médico de uma ilha no norte da Escócia, sem grandes expectativas. A única coisa que ainda o prende neste mundo é a fina esperança de voltar a reencontrar seus entes queridos. É muito bonita a forma com que o percurso de Said é narrado. Porém o livro tem problemas. Ele se propõe a contar uma história que antecede o enredo que acompanhamos em "A pequena ilha da Escócia", mas sem o cuidado da autora, Jenny Colgan, com tempos e narrativas, o que me deixou deveras ansiosa tentando achar explicação para algumas passagens, personagens com nomes e idades diferentes, dentre outras questões. Ela até chegou a pedir desculpas no Facebook. O que, obviamente, não resolveu nada. Por isso, paro por aqui nesta série, apesar da Escócia, do frio, das montanhas.
domingo, 23 de outubro de 2022
a pequena ilha da escócia
"Não está exatamente feliz, porém acha que não está triste,
pois todo mundo é assim, não é?"
Sempre compro meus chick-lits de acordo com lugares que gostaria de estar. Foi assim com "A pequena ilha da Escócia", da escocesa Jenny Colgan. Logo na abertura do romance, ela comenta sobre os motivos que a levaram a escrever algo que mostrasse seu país. Apesar de ter viajado para vários lugares do mundo - muitos dos quais retratados em seus livros - Colgan pouco conhecia da sua própria terra natal, até retornar à Escócia após anos vivendo fora. Por ter nascido e crescido no sul, ainda não conhecia as Terras Altas e as ilhas ao norte, o que se propôs a fazer, encantando-se loucamente com tudo o que viu. Ela cita alguns lugares: Lewis, Harris, Bute, Órcades e Shetland.
Foi assim que criou a encantadora Mure, ilha fictícia bem ao norte da Escócia. Curiosa que sou, logo fui buscar as referências que a autora havia dado e não tenho dúvidas que trata-se de Shetland. Até pesquisei como chegar lá. Vontade de ir não falta.
"Mure é um lugar fictício, mas espero que transmita a essência e a atmosfera daquelas ilhas incríveis bem ao norte, que são tão estranhas, lindas e maravilhosas para mim - embora, claro, para as pessoas de pronúncia musical quem moram lá sejam apenas lar".
"Mure é um lugar fictício, mas espero que transmita a essência e a atmosfera daquelas ilhas incríveis bem ao norte, que são tão estranhas, lindas e maravilhosas para mim - embora, claro, para as pessoas de pronúncia musical quem moram lá sejam apenas lar".
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Shetland, uma das ilhas escocesa que inspirou a criação de Mure. Imagino Flora percorrendo o caminho de areia |
Fiquei me imaginando num lugar tão distante, tão frio, tão aconchegante e tão encantador. Ela tem tudo o que imagino para minhas férias. Só não aprovei a forma com que tratam e transportam as ovelhas, que viajam de lá para cá conforme os interesses comerciais envolvidos. Este não é o tema central do livro, mas me chamou a atenção.
"Ovelhas e vacas eram o principal interesse da família: ovelhas eram bichinhos robustos não muito bons de comer, mas que produziam lã resistente e macia que ia para tecelagens das outras ilhas e do continente, criando malhas, cobertores e tartãs de alta qualidade, e as vacas eram ótimas produtoras de leite."
Há ainda um cachorro, Bramble, que toda vez que seguia a protagonista pelas montanhas me deixava com o coração na mão. E se ele se perder? E se não voltar? E se se machucar? Claro que ele se machucou. Mas adianto que fica bem.
"O cachorro não a esquecera. Ele estava feliz além da conta por vê-la, pulando sem parar, fazendo um pouco de xixi no chão e dando o melhor de si para envolvê-la em sua alegria."
A história gira em torno de Flora Mackenzie, que saiu da pequena ilha para morar e trabalhar em Londres num grande escritório de advocacia. Lá, passa despercebida pelo board e nutre uma paixão platônica pelo chefe imediato, o Joel. Arrogante, mulherengo e ambicioso, o advogado nunca notou a moça, até o dia em que um importante cliente chega e pede que seu caso seja tratado diretamente por ela. Motivo: precisa de alguém que entenda a população de Mure e que o ajude a impedir que turbinas eólicas sejam colocadas na frente do hotel que pretende abrir.
A partir daí, a vida meio que sem sentido de Flora muda completamente. Primeiro, suas pernas ficam bambas ao ser vista pelo chefe. Depois, fica transtornada com o fato de que terá que retornar para casa. Algo que ainda não sabemos a fez sair de lá e, aparentemente, ser odiada pelos moradores da ilha.
Contudo, ela não tem outra alternativa a não ser atender a demanda da qual foi encarregada. E lá se vai. Voo de Londres até Inverness e um avião pequeno até sua ilha. Claro que todas a reconhecem, surgem questionamentos, silêncio do pai. Logo descobrimos que sua mãe morreu há pouco tempo e que ainda há muita dor e mal entendidos. Mas nada que justifique o temor dela em voltar. Exagero da autora. Aos poucos, vai se adaptando, reencontra o gosto pela culinária a partir do livro de receitas da mãe e vai (re)conquistando todos. Como parte do job que recebeu, tem que abrir um negócio para ajudar o cliente. Obviamente a escolha é por um café: Delícias de Verão, que faz sucesso com suas tortas, bolos, pães. Joel também vai para Mure e, apesar de inicialmente sentir-se totalmente descolado com seu terno caro, logo vai cedendo à beleza local. Aqui vale ressaltar que a região é muito bem descrita. A história começa no verão com seus dias permanentes lá no norte e termina com a aurora boreal e início do outono. Se há clichês? Todos possíveis, mas valeu pela viagem. Mure, me aguarde ;-)
sábado, 4 de julho de 2020
a adorável loja de chocolate de paris
"Se você muda qualquer coisinha quando tem algo perfeito, fica tudo errado! Errado, horrível e um desastre."
A história começa na Inglaterra com Anna, que acabou de sofrer um acidente na fábrica de chocolates em que trabalha. No hospital, reencontra Claire, antiga professora de francês, que está fazendo um tratamento contra o câncer. Ambas têm muito em comum e, após vários dias internadas lado a lado, Claire sugere que Anna vá a Paris em busca de novas emoções. Na verdade, o que ela quer é reviver o passado e os dias cheios de aventura que passou na cidade das luzes. A narrativa mescla a história de Anna com o passado de Claire. Os amantes de chocolate talvez fiquem com água na boca ao ler os experimentos das personagens para tentar o melhor sabor. Até eu que não sou muito fã, fiquei com vontade de conhecer a loja de chocolates de Thierry, o galanteador que conquistou o coração de Claire. Agora caberá a Anna, mesmo sem saber, resgatar um poucos os dias que a amiga e professora passou. O fim não é o que eu esperava para este tipo de leitura, mas fez total sentido. É impressionante como poucos dias podem definir nossa história.
sábado, 7 de dezembro de 2019
a pequena livraria de sonhos
“Ler é existir na história.”
“A pequena livraria dos sonhos”, de Jenny Colgan, é uma homenagem a todas as leitoras e leitores. Certamente, quem gosta de livros vai se identificar com algumas passagens da protagonista. No meu caso, ainda me identifiquei com a paixão que ela tem pelo frio. Talvez até por ser um momento ainda mais aconchegante para termos junto de nós um belo romance.
“Se você não tem lareira em casa, serve uma vela. Quando vai chegando o inverno, já começo a sonhar com o aconchego de uma lareira e um bom livro - quanto maior, melhor. Nada melhor do que um romance bem, bem longo, uma caneca generosa de chá ou uma taça de vinho.”
Nina mora em Birmingham, na Inglaterra, é bibliotecária e sua grande ambição é ler cada vez mais. Até que anunciam que a biblioteca em que trabalha vai fechar e apenas alguns funcionários serão remanejados para outro lugar, uma espécie de centro tecnológico. Ela até tenta participar do processo seletivo, que inclui todas aquelas entediantes dinâmicas em grupo e entrevistas para saber se você é o candidato ideal. Desesperada por ter que fazer parte de um mundo com o qual não se identifica, Nina, que nunca havia feito nada de diferente, surpreende a todos ao tomar a decisão de se mudar para a Escócia. Claro que não é nada fácil. No meio de tudo isso há dilemas, enrolações e um certo empurrão da amiga com quem mora e que já não suporta mais os inúmeros livros que Nina leva para casa. Resultado: ela vai parar em terras escocesas dentro de um furgão, que transforma em uma linda e fofa livraria, daí o título do romance.
Bem, dá muita vontade de passear com Nina em sua livraria itinerante. Ela sabe exatamente o tipo de livro que o leitor precisa, a cura para seus males, algo bem na linha de “A senhora das especiarias”, de Chitra Banerjee Divakaruni. Ou daquele lindo filme Chocolate, do sueco Lasse Hallström, que traz Juliette Binoche e Johnny Depp. Ambos trazendo espécie de feiticeiras do bem que com especiarias e doces ajudam a vida dos infelizes. De certo modo, é o que Nina faz. Obviamente, ela própria vai precisar de ajuda quando encontrar alguns amores pelos caminho. Aliás, fiquei encantada com a forma com que ela e um pretendente trocavam mensagens perto da linha de trem: por meio de livros presos na árvore. Lindo. Nem preciso dizer que o fim é previsível e que a história não tem nada de extraordinário, mas me deixou doida para revisitar a Escócia, um dos locais mais belos que já vi. E, quem sabe, também ter meu próprio espaço de incentivo à leitura.
“Nina sempre fora uma pessoa quieta e isolada, e observava o mundo através dos romances que adorava ler.”
“Algumas pessoas passam a vida inteira sem conseguir tomar muitas decisões, sem querer se comprometer, sempre com medo das consequências de tentar algo novo.”
“Nina amava os dias úmidos e frios de inverno; gostava de se sentar perto do aquecedor e ficar ouvindo a chuva lá fora fustigando o vidro da janela.”
“Na maior parte da vida, o mundo lá fora era apenas algo do que se proteger enquanto ficava em casa com um livro.”
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