"Queria um pouco de normalidade à sua volta,
qualquer coisa para amortecer a sensação de queda livre."
Dando sequência às leituras natalinas, me deparei com este livro contagiante: "Sete dias juntos", da jornalista e escritora britânica Francesca Hornar. Você não consegue largá-lo até ver o desfecho, sem contar que rende boas risadas com as situações apresentadas, embora tenha momentos tensos. Aliás, poderia facilmente render uns seis episódios de uma série na Netfilx. Após vários anos, a família inglesa Birch conseguirá reunir todos os membros para as festas de fim de ano. Isso porque a filha desgarrada, Olivia, está voltando após um período na Libéria, onde trabalha como voluntária médica. Acontece que o país vive uma epidemia e todos que retornam de lá precisam se isolar por sete dias. Pretexto ideal para Emma, a mãe, organizar uma quarenta em família na mansão que herdou no interior inglês. Porém, a euforia com os preparativos é só dela. O pai, Andrew, está indiferente e ausente. A filha mais nova, Phoebe, só está preocupada com o pedido de casamento que, finalmente, foi feito pelo eterno namorado. Sua preocupação é definir o local da festa e manter suas redes sociais atualizadas. Enquanto isso, Olívia está totalmente catatônica. Suas poucas falas são para menosprezar os exageros da mãe com comida, a futilidade da irmã e a distância do pai, conhecido crítico gastronômico. Ela tem pesadelos com o que passou no continente africano e não aceita a desigualdade que agora percebe. Neste meio tempo, surge outro personagem, Jesse, norte-americano boa pinta que, com a desculpa de fazer um documentário, também vai acabar no casarão. E todos, inclusive o noivo da caçula, tem seus segredos, que aos poucos vamos descobrindo, mesmo antes de virem à tona na trama. O livro é dividido em capítulos que alternam o ponto de vida de cada personagem. Leitura rápida, com trechos dolorosos, mas com um final que combina com o fim de ano.