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sábado, 19 de outubro de 2019

a casa dos novos começos



"Pode dentro as pessoas eram frágeis. Todas se escondendo, construindo máscaras para se proteger."



Mais um livro que li e que traz como cenário Brighton, cidade litorânea da Inglaterra. Sempre que me deparo com ela me dá uma baita nostalgia dos dias que lá estive. O lugar é incrível e merece sempre ser revisitado, nem que seja por meio da literatura. Ao contrário de “Em casa para o Natal”, no qual a protagonista havia crescido neste local, em “A casa dos novos começos”, de Lucy Diamond, as três protagonistas são forasteira e encontram em Brighton a esperança para dias melhores. E a casa em questão é um pequeno prédio no qual todas vão se encontrar.

O romance começa com Kate, que para mim tem a história mais triste das três e é a única que realmente precisa de muito amparo. Ela quer fugir de toda e qualquer lembrança da terrível perda que teve. Acaba encontrando um emprego em Brighton, onde ninguém a conhece e, por isso, consegue passar a maior parte do tempo isolada com seus próprios pensamentos. Contudo, acaba conhecendo Margot, uma idosa francesa que lhe mostra que, independentemente de qualquer coisa, a vida continua. Se bem que no caso de Kate é bem difícil. Eu não saberia lidar com o que ela passou.

Temos, então, Rosa, que é publicitária, bem-sucedida profissionalmente, mas que se envolve, sem saber, com um homem casado. Desesperada, larga tudo e tenta outra vida como cozinheira. No início, tudo parece complicado e ela pensa em desistir, mas as coisas saem melhor que o esperado e ela acaba se realizando. Ops, spoiler. Mas desculpem, o livro não tem suspense.

Por fim, há Georgie, a mais nova das três. Ela se muda com o namorado que recebeu uma super proposta de emprego. Sente-se perdida e deslocada, mas logo encontra seus próprios motivos para amar Brighton, inclusive outra profissão e uma causa para lutar. É isso. Leitura gostosa, rápida. Boa para ser lida durante uma viagem. Serve também para quem busca consolo ou algumas palavras de conforto. De quebra, a possibilidade de viajar por esta encantadora cidade. Quem sabe a leitura não seja o começo de uma viagem real.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

a árvore dos anjos



 “As pessoas que amamos nunca nos deixam.”


E lá fui eu para outro romance de Lucinda Riley. A capa foi o que mais me chamou a atenção: paisagem na neve. E a história começa no País de Gales, em 1985. Volta para 1945, passa por 1956 e termina na década de 80.

Conta a história de Greta, aspirante a atriz que bem jovem acaba engravidando de um norte-americano. Eles eram de fato apaixonados, mas ele não suporta vê-la nua no palco e rompe o relacionamento. Ela fica na mão e é resgatada por David, amigo que também sonha com o sucesso nos palcos e que, secretamente, sempre a amou. Com seu auxílio, Greta vai para a cada dele no País de Gales. Lá conhece James, tio de David, bem mais velho e que também tem lá seus segredos, e num acordo bom para ambos acabam se casando. 

James assume os filhos de Greta (a gravidez era de gêmeos) e logo passa a ter a preferência por um deles, Jonny, ignorando Cheska, a garotinha. Mesmo assim, a família está feliz e seguindo a vida, até que Jonny adoece e morre com apenas três anos. Isso, como é de se esperar, deixa todos transtornados. Mas Owen, o marido de Greta, não suporta a dor e se transforma, tornando-se violento e obcecado, chegando a colocar as roupas do menino em Cheska e conversando com ela como se fosse o menino. Greta foge para Londres e lá outro mundo lhe é apresentado. Ela reencontra David, que agora é famoso, e com sua ajuda consegue inserir a filha no cinema. E ela é um sucesso, deixando a mãe cada vez mais obcecada por torná-la a grande estrela do cinema. A menina cresce e junto os traumas e medos da infância. A mãe ignora os sinais de seus transtornos mentais, o que só agrava o quadro, culminando com um acidente que deixa Greta por mais de 20 anos sem memória. O romance até que começou bem, mas fugiu um pouco do que estava acostumada a ler de Lucinda, que sempre me deixava meio que leve. Este foi perturbador. Enfim, lido. Mas não recomendo.

“Cinco minutos depois, usando botas de cano alto e uma velha jaqueta, saiu caminhando pela neve, inspirando o maravilhoso ar puro e frio. Fez uma pausa, pensando em que rumo tomar, torcendo para que algum instinto a guiasse, e resolveu dar um passeio pelo bosque. Enquanto andava, contemplou o azul do céu uma súbita alegria a invadiu, diante da beleza da cena.”