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sábado, 21 de setembro de 2024

mapa do coração



"Era perfeitamente possível sentir saudade de alguém que você nunca tinha conhecido, e ele era prova viva disso."

Quando se quer uma leitura rápida, os chick-lits sempre são uma boa pedida. Além de serem divertidos, esses livros costumam entreter de forma leve e agradável. "Mapa do coração", de Susan Wiggs, não se encaixa exatamente no gênero. A protagonista não é desastrada, nem se mete em confusões típicas desses romances, mas o livro está quase lá.

A história gira em torno de Camille Adams, de 36 anos, que mora com sua filha de 14, Julie. Seu marido, Jace, morreu há cinco anos, mas ela ainda não conseguiu superar a dor e a forma com que o perdeu. Elas moram em Bethany Bay, vila pitoresca localizada na baía de Chesapeake, na costa leste dos Estados Unidos. Esse cenário me remeteu a uma série que assisti com o mesmo nome, o que facilitou a visualização do lugar, que é realmente encantador. 

Camille e sua mãe têm uma loja no vilarejo, daquelas que vendem de tudo, sempre com itens bonitinhos destinados a alegrar as pessoas. Além disso, divide um estúdio de fotografia com um amigo que, sinceramente, não acrescenta nada à trama. Coitado, ele nem deveria estar lá – só é salvo pelo nome: Billy, o nome do meu cachorrinho lindo. Especialista em restaurar fotos antigas de rolos esquecidos pelo tempo, Camille acaba acidentalmente destruindo o filme de um renomado pesquisador e professor de história, o que quase arruina sua única chance de descobrir os últimos momentos de seu pai, morto na Guerra do Vietnã.

Mas é claro que nem tudo será perdido, e é óbvio que Finn será o novo amor de Camille. Contudo, ela ainda está bastante confusa. Precisa lidar com o medo de outro acidente, o que faz com que superproteja sua filha, impedindo que Julie saia, viaje ou mesmo pratique atividades que possam colocá-la minimamente em risco. Julie, por sua vez, sofre bullying na escola. O pai de Camille, Henry, está se recuperando de um câncer, o que também a deixa ainda mais apreensiva. 

No meio de tudo isso, um baú enviado da França, contendo fotos e objetos, revelará que a história de vida de Henry não é exatamente como Camille acreditava. Até então, sabia-se que a mãe de Henry, Lisette, havia morrido no parto, e seu pai fora morto após o fim da guerra. Porém, as imagens e relatos encontrados nos levam de volta à década de 1940, onde conhecemos a verdadeira história de amor de Lisette. Finn vai ajudá-los a desvendar esse mistério.

E, assim, todos viajam para o sul da França durante o verão, onde desfrutam de momentos inesquecíveis, fazem muitas descobertas, novas amizades e, mais importante, percebem que nunca é tarde para dar outro rumo à vida. Recomendo a leitura para as férias – seja na cadeira de praia, ao lado da lareira ou até mesmo durante o trajeto. Esse livro vai te ajudar a passar o tempo e, quem sabe, te inspirar a adicionar dois novos destinos ao seu roteiro de viagens, ou até considerar uma mudança mais definitiva. Tentem apenas, se possível, abstrair o excesso de clichês e diálogos melosos. Difícil, eu sei.