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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

relatos de um gato viajante


Por conta da leitura de "O gato que amava livros", de Sosuke Natsukawa, cheguei até "Relatos de um gato viajante", romance lindo de chorar da escritora japonesa Hiro Arikawa. A maior parte da narrativa é feita por Nana, gato que ganhou este nome por conta de seu rabo em formato de sete. Nana é sete em japonês. A associação foi feita por Satoru Miyawaki, que foi quem salvou o gatinho após ele ser atropelado. Antes disso, a relação entre ambos já existia, uma vez que Nana dormia em cima da van de Satoru. Ao se acidentar, o felino não teve dúvidas a quem pedir ajuda. Resultado: foram cinco anos juntos. Cada um respeitando o espaço do outro, como pede um bom gato de rua, nas palavras do próprio Nana.

Até que um dia, Satoru disse que precisavam encontrar outro lar para Nana. Algo irreversível impedia que os dois continuassem juntos. "Não precisa dizer mais nada. Sou um gato muito sagaz, já entendi tudo." Sim, de fato ele sabia como vamos descobrir mais tarde.

E, dessa forma, sem mais explicações, partem na van para uma viagem pelo Japão. A cada parada, Nana é apresentado ao seu suposto novo lar e tutores, enquanto Saturo revê amigos e relembra sua própria história. Temos ainda as divertidas impressões de Nana sobre o que está acontecendo e sobre sua relação com o seu humano, por quem tem grande respeito e amor.

Monte Fuji: paisagem que encantou Nana

Nana, mesmo tendo traços humanizados e estereotipados comumente atribuídos aos gatos - orgulho, sagacidade, uma pitada de arrogância -, destila para o leitor o coração emocional de um gato: são companheiros leais, afetuosos e incrivelmente perspicazes. Não tenho dúvida sobre o que Nana disse sobre os gatos serem verdadeiramente poliglotas, compreendendo todos os idiomas, enquanto nós, humanos, muitas vezes falhamos em decifrar a linguagem dos animais. Jornada emocionante e sem apelos, mesmo quando descobrimos os motivos da viagem. O livro toca temas profundos como o luto, amizade e a beleza efêmera dos momentos cotidianos. Fiquei inspirada para explorar lugares como o Monte Fuji e Hokkaido, tão bem retratados na obra. Virou filme no Japão. Já gostei do trailler.

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