"Algumas mentiras devem ser mantidas em segredo."
Voltei para Jaipur e Shimla com os personagens do segundo volume da trilogia da escritora Alka Joshi. "O guardião de segredos de Jaipur" começa com uma tragédia: um grandioso cinema desaba durante a cerimônia de inauguração. O empreendimento, financiado pela marani e construído pela elite da área de Jaipur, era extremamente aguardado pela sociedade, que estava em peso no dia do acidente. Com esse início, minhas expectativas subiram, porém, fiquei frustrada ao ver que o romance foi bem morno, além da introdução de personagens bem maçantes, como Nimmi, jovem viúva de uma tribo montanhosa dos Himalaias e namorada de Malik. Como ela é desagradável. Pobre Malik.
Vale relembrar brevemente o primeiro romance da trilogia, "A pintora de henna", que traz Lakshmi como protagonista. Ainda jovem, ela fugiu de um casamento abusivo e conquistou fama em Jaipur com suas pinturas de henna. A chegada da irmã mais nova, que até então ela desconhecia, transformou sua vida, levando-a às montanhas do Himalaia. Malik, agora protagonista do segundo volume, era seu ajudante, com apenas oito anos. Foi uma leitura extremamente agradável, que me fez rememorar a Índia que nunca visitei, mas que conheço pelas leituras de seus escritores.
Malik, já adulto, se envolve com Nimmi, que se vê totalmente dependente de sua presença, chegando a hostilizar Lakshmi. Esta, por sua vez, deu a volta por cima e agora vive com o marido, cuidando de uma horta medicinal e oferecendo conforto aos pacientes locais. Malik, que desde criança vive com Lakshmi, que praticamente o adotou, retorna ao seu local de origem a fim de ganhar experiência profissional. Lá, reencontra os mesmos personagens que marcaram sua infância. Ele estava na noite do acidente no cinema e, agora, caberá a ele e a Lakshmi descobrirem as causas da tragédia para ajudar o amigo que está sendo acusado.
Eu esperava bem mais. Se bem que o li num momento em que não estava preparada para grandes reviravoltas, e talvez algo sem tanto tempero tenha sido o ideal para meu estado de ânimo.
"Digo a mim mesma que não devo me preocupar com o que não posso controlar; mesmo assim, meu coração está acelerado e o sangue pulsa em meus ouvidos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário