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segunda-feira, 16 de abril de 2012

tempo para refletir

Por Renata Okumura, repórter da Rádio Estadão ESPN


Uma garotinha francesa, com cinco anos no máximo, arrancou risos e suspiros de tão graciosa que estava no vídeo exibido durante a palestra da jornalista e psicóloga Mônica Ferrari, parte de um curso para formar contadores de histórias.

A imaginação representa nossas vivências, não tem limites e encanta. A pequena surpreendeu a todos e até a própria mãe, que a filmava, ao contar a história de animais como macacos, leões e hipopótamos. Gesticulava e fazia biquinhos para expressar ação ora alegre, ora triste, ora macabra. Até a bruxa má ela soube imitar. Futura contadora de histórias? Quem sabe. Mas que o vídeo serviu de inspiração para todos na palestra, não há dúvida.

Em exatas três horas, a palestrante clareou a mente do grupo sobre a importância de saber administrar o tempo com todas as tarefas pessoais e profissionais e, ainda, encaixar o trabalho voluntário no cotidiano.

“Tempo é bússola e cabe a cada um encontrar o seu norte”. No dia a dia, tantas são as tarefas com a família, com o trabalho e mesmo com as atividades pessoais. Contudo, urgências e imprevistos podem ocorrer e, querendo ou não, é preciso estar preparado. No momento de decidir ser um voluntário, mais especificamente um contador de histórias, é necessário levar em conta a disponibilidade e a dedicação com esta missão. Saber que “não importa se faça sol ou faça chuva, as crianças estarão lá aguardando ansiosamente pelo momento de cultura e de entretenimento. No hospital o tempo é diferente.”

E como fazer com que todas as nossas tarefas sejam realizadas de forma planejada e prazerosa? O dia tem apenas 24 horas e às vezes parece ter até menos. Por isso, a importância de definir prioridades para alcançar um melhor rendimento, listar e ordenar as ações diárias. Na ‘Matriz de Prioridades’, de Stephen Covey, apresentada na palestra, essas ações são tidas como importantes: noite de sono, momentos com a família e amigos, refeição, higiene pessoal, locomoção, educação, academia, cuidar da casa, lazer e entretenimento. E neste leque deve fazer parte também o voluntariado.

O grupo foi questionado pela palestrante: “de quais feitos se orgulharia de contar para seus filhos, familiares e amigos aos 85 anos?” Pergunta intrigante, mas que já demonstra o anseio em buscar algo inovador, fazer nosso tempo valer a pena. Saber que podemos fazer a diferença na vida de alguém, por exemplo, com gestos e até mesmo com palavras.

Mônica apresentou dois livros que podem ajudar na organização pessoal: ‘Ritmo da Vida’ e ‘Administrador de Sonhos’, ambos de Mathew Kelly. Publicações que retratam a forma de lidar com o tempo. Também mostrou o conceito ‘A Tríade do Tempo’, de Christian Barbosa, que diz: “70% do nosso tempo deve ser dedicado as ações que planejamos, 20% para questões urgentes e somente 10% para circunstâncias, ou seja, momentos à toa.”

Aprender a delegar tarefas e a dizer não, no momento certo e sem magoar o outro. Divergir sem conflitar. Tentar não se sobrecarregar. Foram atitudes demonstradas em um trecho do filme ‘A Negociação’.

Agora reflita: o trabalho voluntário cabe na sua vida? É possível encaixá-lo no seu cotidiano sem deixar de lado o que já faz hoje? Com planejamento tudo é possível. E imaginar uma criança feliz após compartilhar uma leitura infantil já é algo animador, assim como fazer parte desse processo de aprendizado e de criatividade. Quem sabe ajudar a prepará-la para ser como a menininha francesa. Imaginar o aceno de até logo. E um sorriso de empolgação e agradecimento quando chegar o próximo encontro. Isso vale cada segundo do nosso tempo.

Contadora de histórias inata
 

2 comentários:

  1. Bom dia Kátia!
    Acabo de tomar conhecimento desse seu texto na rede terceiro setor e estou encantanda, não só pelo texto, mas com o vídeo ilustrativo da postagem.

    Há muito quero fazer uma curso de "contadores de história" mas não tinha conciliado a possibilidade de usá-lo no trabalho voluntário e achei fantástica a ideia, principalmente por não estar mais afinada como o trabalho voluntário de empreendedorismo que estou fazendo.

    Muito obrigada por essa luz!

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    1. Que bom!! Tem outro texto aqui que também fala sobre "contar histórias": http://www.livrosemotivos.com.br/2012/03/uma-coisa-aquela-coisa.html. Abraços e boa sorte!

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