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domingo, 23 de março de 2025

lembranças ao vento


"Quando você não tem nada e já viu o pior, a educação é como um presente."

Olha, não sei como aguentei ir até o final de Lembranças ao Vento, da australiana Rhonda Forrest. Cheguei nele por recomendação da própria Amazon após a leitura de O vento que sussurra. A premissa até que é boa e poderia ter rendido um ótimo romance, mas o desenrolar se perde em tantos lugares-comuns que ficou difícil manter o interesse.

A história se passa na Austrália. Temos um veterano de guerra traumatizado que vai se refugiar em uma cidadezinha. Lá, dedica-se à criação artística. Faz aulas de pintura com modelos vivos e está sempre trabalhando em uma nova exposição. Também segue uma rotina rigorosa de exercícios físicos, parte do tratamento psicológico. Entre eles, a natação em um lago.

E é nesse lago que, todos os dias, ele vê uma mulher nadando. Só que de forma engraçada e totalmente errada. Ele, secretamente, a apelida de “garota borboleta”, por conta das tentativas (frustradas) dela em nadar nesse estilo.

Nem preciso dizer o que acontece.

Ela também tem suas questões. É refugiada do Afeganistão e está fugindo de um ex-patrão que se considera seu dono. 

Juntam-se aos dois todos os colegas das aulas de desenho. Eles fazem piqueniques, riem, comemoram... e só. No meio disso tudo, aparece a ex possessiva dele. Ah, tem um cachorrinho lindo. Sinceramente, foi talvez o que me segurou até o fim. Fiquei torcendo para que nada de ruim acontecesse a ele.

“Um cachorrinho saiu correndo de uma trilha estreita atrás do lago interrompendo seus pensamentos e girou ao seu redor dando saltos e lhe arranhando as pernas com as patas peludas enquanto tentava pular. Liam pegou o animalzinho no colo, que tentou lhe lamber o rosto com a pequena língua cor-de-rosa. Ele riu e deu um tapinha de boas-vindas no cachorro antes de colocá-lo de volta na areia.”

O romance até que tenta trazer uma crítica social à forma como os refugiados são tratados, mas se rende ao clichê e prejudica a mensagem. Sem contar a falta de cuidado com a revisão da versão em português.

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