"Mesmo que não saia exatamente como planejado, o destino tem uma maneira de resolver as coisas no final."
O romance, porém, é um pouco cansativo. Entendo que poderia ser reduzido pela metade, pois é bem repetitivo em muitos momentos. Vale destacar que é estável. Quando digo estável, quero dizer que não há reviravoltas ou vilões. O que temos é a vida simples, sem grandes complicações, seguindo as narrativas que vemos em filmes natalinos. Claro, há dúvidas e dilemas, mas o foco é em duas pessoas que querem apenas passar as festas de fim de ano com suas famílias na Irlanda. Andrew e Molly moram em Chicago; ela é advogada em um grande escritório, mora em um apartamento bacana, mas está sobrecarregada e questionando sua carreira. Ele é um fotógrafo que sonhava em trabalhar para a National Geographic, mas mudou seus planos para ganhar mais dinheiro com eventos sociais.
Eles se conhecem através de uma amiga de Molly, que namora Andrew, mas planeja terminar. Molly fica revoltada com o descaso da amiga. Coincidentemente, eles se encontram no avião rumo à Irlanda, bem no momento em que a amiga está ligando para contar seus planos de terminar o namoro. Molly, impulsivamente, tira o telefone das mãos dele, e assim surge uma amizade de voo. Dez anos depois, eles continuam combinando de se encontrar no aeroporto para ir juntos à Irlanda. Acompanhamos cada um desses momentos, alternando com o presente, quando uma tempestade os impede de entrar no décimo voo. Eles decidem embarcar em uma odisséia de escalas para desviar da tempestade e alcançar seu destino. Claro que se apaixonam, descobrindo que sempre tiveram sentimentos além da amizade. A jornada passa pela Argentina, Inglaterra e País de Gales, algo impensável do ponto de vista racional, mas que faz todo o sentido no contexto do Natal e da família de ambos. Há momentos divertidos aqui e ali, mas o livro não é inesquecível, como "Melancia" foi para mim. Mas, confesso, deu um quentinho lá no fundo do coração.
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