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sábado, 23 de outubro de 2021

big little lies


“Se exibisse no Facebook como sua vida era perfeita, talvez também começasse a acreditar.”


E, na sequência, de "O segredo do meu marido", emendei a leitura de "Pequenas grandes mentiras", que virou série de TV, "Big little lies", no título original, em inglês. Mas, ao contrário do livro que se passa na Austrália, a versão televisiva tem como cenário os Estados Unidos, especificamente a Califórnia. Tirando este "pequeno" detalhe, é bem fiel ao romance.

Encontrei os elementos do livro anterior de Liane, como a mesma escola, que parece (des)unir todos, a necessidade de adaptação ao estilo das mães que já fazem parte do circuito e também três protagonistas: 1) Madeline, tem três filhos, totalmente extrovertida, toma a frente de todos os eventos escolares. Está no seu segundo casamento, mas ainda não engoliu o fora do primeiro marido, com quem teve a filha mais velha. Para piorar sua situação, a adolescente resolve ir morar com o pai e a madrasta, deixando-a furiosa. 2) Celeste, linda, mãe de gêmeos igualmente maravilhosos, bem casada e riquíssima. Melhor amiga de Madeline, mas ao contrário da outra, Celeste é bem reservada e parece estar sempre em outro mundo. 3) Jane, mãe jovem e solteira que acaba de chegar à cidade em que se passa a história. Seu filho, assim como os gêmeos e a caçula de Madeline, está prestes a entrar no ensino fundamental. Contudo, acaba sendo acusado de praticar bullying na aula de apresentação.

A narrativa é repleta de depoimentos, isto porque o mote principal é um assassinato que está sendo investigado. Em retrospecto, acompanhamos os movimentos que precederam a festa organizada para os pais, na qual um deles foi morto. Todos os participantes são intimados a depor. A partir dessas vozes, entendemos como é fútil o ambiente em que vivem, basicamente de aparências. São essas as pequenas grandes mentiras do título. O destaque, porém, é a forma com que a autora aborda a violência contra as mulheres: uma numa relação casual, outra dentro do casamento e a terceira sob o olhar de quem cresceu vendo o pai espancar a mãe. Todas com traumas, cicatrizes, vergonha e medo de denunciar o agressor. Mais uma vez, a mentira e a fuga parecem a melhor opção das mulheres que não querem aceitar que estão em um relacionamento abusivo. Enquanto isso, as marcas insistem em aparecer sem que ninguém possa ajudá-las. Vale muito a leitura! Principalmente para você, que possa estar passando por uma situação parecida. Quem sabe não seja o apoio que precisa para se libertar.

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