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segunda-feira, 4 de junho de 2018

o assassinato de roger ackroyd



"Mas o senhor pode imaginar por si mesmo, monsieur, que um homem possa trabalhar rumo a um certo objetivo, possa labutar e mourejar para alcançar certo tipo de lazer e ocupação, e afinal descobre que anseia pelos velhos dias ocupados e pela antiga ocupação que ele se acreditava tão feliz de deixar?"

Romance policial de Agatha Christie com seu famoso detetive belga, Hercule Poirot. Escrito em 1926, foi o primeiro grande sucesso da autora e é considerado uma de suas obras-primas. O final é incrível. Poirot desvenda o crime (quase que) perfeito: o assassinato do rico industrial Roger Ackroyd. Como em qualquer romance policial, há vários suspeitos, incluindo o pobre mordomo. Quando você terminar de ler, leia o livro novamente e verá que todas as pistas estavam lá. Bem na sua cara. Sua pergunta será: como eu não descobri o culpado antes?

O cenário é King's Abbott, pequena cidade do interior da Inglaterra. Nada acontece por lá e o passatempo de todos é a fofoca. Um dos principais alvos é Roger Ackroyd, o homem mais notório do lugar. Caroline Sheppard, irmã do prestigiado Dr. James Sheppard, que é o narrador da história, lidera o time dos fofoqueiros. Alguns eventos deixam a cidade ainda mais movimentada. Primeiro, o suicídio de Dorothy Ferrars, viúva muito jovem. Logo depois, o assassinato de Ackroyd em sua própria casa. Antes de morrer, ele disse ao Dr. Sheppard que estava noivo de Dorothy e que ela envenenara o marido. Alguém descobriu e a estava chantageando. Ackroyd não sabia quem era essa pessoa, mas a noiva lhe enviou uma carta contando tudo. Depois do assassinato a carta desaparece. 

Muitas pessoas são suspeitas. Começando com o mordomo, John Parker. Os outros são a Sra. Ackroyd, cunhada de Ackroyd; Flora Ackroyd, sobrinha e filha da Sra. Ackroyd; Ralph Paton, enteado de Ackroyd; Geoffrey Raymond, secretário; Elizabeth Russell, a governanta; Hector Blunt, caçador e amigo da vítima; e  Ursula Bourne, a copeira. 

E é aí que o detetive belga, Hercules Poirot, entra em cena. Ele acabou de se aposentar e  mudou para essa cidade. Mas a pedido da sobrinha de Ackroyd, aceita o trabalho. Como seu assistente, Hastings, está na Argentina, quem o ajudará nas investigações é o Dr. Sheppard, que tem informações sobre todos.

Poirot é muito observador e nada escapa aos seus olhos. Extremamente detalhista, diz que conversa com as cadeiras, mesas e todos os objetos da cena do crime. Porque são eles que sabem o que realmente aconteceu.

Esse foi o livro de Agatha Christie que mais me impressionou. Era minha escritora favorita na adolescência. Eu o li há mais de vinte anos e toda a história ainda estava bem viva em minha memória, principalmente o desfecho. Por conta de uma das tarefas do meu curso de francês, pela terceira vez, me debrucei sobre ele. E mais uma vez se mostrou fascinante. Claro que eu não tive a surpresa do final. Mesmo assim, fiquei envolvida com os suspeitos e o desenrolar de cada segredo descoberto. Os ingredientes são os mesmos de todos os romances da autora, mas é diversão certa.

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