Dei tanta risada com este livro. Tudo bem que não é muito original (lembrou-me 'Forrest Gump' e 'O lado bom da vida') e tem lá sua taxa de previsibilidadade. Mas 'Projeto Rosie' foi uma excelente pedida para uma fase em que eu não estava muito concentrada. Este é o primeiro romance do neozelandês Graeme Simsion, que o concebeu durante um curso de escrita criativa. Logo que o vi, pensei: um chick-lit escrito por homem. Estava certa. O livro é uma típica comédia romântica. Encenado na Austrália, é narrado pelo protagonista, o professor de genética Don Tillman, musculoso, bonitão e esquisito. Extremamente metódico, sua agenda contempla minuto a minuto todas as suas atividades diárias. Pular ou gastar segundos a mais com qualquer uma delas é o fim para ele. Adota ainda a refeição padronizada, assim não precisa parar para pensar o que vai comer. Tem o prato certo para cada dia da semana. Tudo o que precisa fazer é comprar os mesmos ingredientes, nos mesmos lugares e seguir os mesmos passos para o preparo dos alimentos. No piloto automático, deixando a mente livre para se preocupar com outras coisas, como seus projetos acadêmicos. Confesso que fiquei tentada a ter tal rotina e economizar várias horas. Enfim, esse esquema prático e racional é transferido para o campo amoroso. Don, que tem 'apenas' dois amigos, resolve arrumar uma esposa. Todavia, encontrar alguém, namorar e tudo mais leva..., claro, tempo. E com chances altas de descobrir, lá na frente, que aquela não é a pessoa. Para evitar que sua busca seja frustrada, ele elabora um minuncioso questionário, no qual elenca tudo o que espera da futura mulher. Vale ressaltar que Don tem uma memória super poderosa, consegue armazenar no seu cérebro dados, nomes, rostos como ninguém. A linguagem para ele também é sempre literal, direta e objetiva. Isso significa que não consegue disfarçar, mentir ou deixar de falar o que pensa. Antes dele, descobrimos que um de seus objetos de estudo genético o envolve. Será que vai dar certo? Bem, você, pelo menos, vai se divertir ;-)
Trechos
"Durante toda a minha vida fui criticado pela minha suposta falta de emoções, como se isso fosse um defeito absoluto."
"Descobri que as viagens longas de carro exerciam em minha mente um efeito semelhante ao das minhas corridas na feira. Pesquisas mostram que a criatividade aumenta quando se está executando tarefas absolutamente mecânicas, como correr, cozinhar e dirigir. Tempo desimpedido para pensar é sempre útil."
"Estaria ela perguntando pelo marido ou pelo filho falecido há tanto tempo? Houve uma época em que eu teria respondido sem pensar: 'Eles morreram'. Não por maldade, mas porque estou programado para reagir aos fatos e não aos sentimentos dos outros. Alguma coisa, porém, tinha mudado dentro de mim, e consegui suprimir essa afirmação."
Esse livro parece ser bem legal, fiquei bastante curiosa com ele.
ResponderExcluirAbraços
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