Foi uma feliz
coincidência eu ter me deparado com este livro no primeiro dia em que
fui à livraria este ano. Justamente quando eu poderia voltar a comprar
livros, após um ano da promessa de não adquiri-los.
Meu pai nasceu em
Portugal. Há quinze anos ele morreu. E há quase dois meses minha filha nasceu.
"Meu avô português" é um presente que dei a ela. A apresentação do avô
que, infelizmente, ela conhecerá somente por meio de histórias e fotos.
Retratos, aliás,
são o centro deste livro infantil, de Manuel Filho, parte da coleção Imigrantes do
Brasil. Aqui o narrador é Tiago, garotinho que nos conta um pouco da sua
família "portuguesa, com certeza".
Seu pai e seus
dois tios herdaram o casarão dos avós. Lá funcionava também a padaria
que construíram. Mas hoje a casa é conservada apenas como uma lembrança.
Contudo, a tia mantém no local um ateliê para pintura de azulejos, arte
que aprendeu com a mãe. Nas paredes, retratos de toda a família feitos
por ela. Em azulejos, claro.
Ao passar o dia na
casa para aprender esse ofício, Tiago percebe que os azulejos têm
vozes. São os retratos de seus avós chamando por ele. Sem receio ou medo
do inusitado, o garotinho conversa com eles e conhece um pouco da
história de sua família em Portugal e os motivos que os trouxeram ao
Brasil, recordações que enchem de lágrimas os olhos, ops, os azulejos
dos avós. Ah, eles só falam com crianças. E quando não há nenhum adulto por perto. As ilustrações, de Alarcão, são lindas e dão um toque especial à história.
É um privilégio como ilustrador ouvir histórias como esta. Sua filhinha vai ter a sorte de ouvir pela voz afetuosa da mamãe as histórias sobre suas origens, e assim vai amar e respeitar ainda mais a memória do avô e da sua família.
ResponderExcluirSim! E ela já ama os livros. Este tem um valor especial para nós. Parabéns pelas ilustrações. São muito mais que lindas :-)
ExcluirFaço minhas as palavras do Alarcão. Que bom que os azulejos já poderão conversar desde cedo com leitor tão especial. Abraço do Manuel
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