Quem aqui já teve sete anos e muita imaginação?
Pois este livro é para você. Vai soar meio lugar-comum, mas a verdade é que eu me identifiquei muito com o universo fantástico apresentado por Neil Gaiman em “O oceano é o fim do caminho”. Nunca tinha lido
nada do autor, nem mesmo sua famosa HQ “Sandman”, que está na lista agora. Apesar de o título e a capa sugerirem auto-ajuda, aqui não tem nada disso.
Tida como autobiográfica, a história começa com um homem de quarenta e
tantos anos que retorna ao lugar em que passou sua infância para um velório, em Sussex, Inglaterra. A casa em que
viveu nos primeiros anos não está mais lá, mas as lembranças de quando tinha sete anos surgem a partir do
momento em que vai para o lago em que costumava brincar com a amiga Lettie.
Aliás, o oceano do título, pois era assim que a garota o fazia acreditar serem aquelas águas. Esse personagem
principal não tem nome. E toda a trama são resgastes de sua memória, do que aconteceu e das aventuras que ele imaginava ao lidar com eventos confusos para uma criança: sua festa de aniversário na qual ninguém foi, as dificuldades
financeiras dos pais, o suicídio de um inquilino, a suposta infidelidade do pai e,
o mais grave de todos, a morte do seu gatinho Fofinho. Para entender melhor tudo isso, ele, que era introspectivo e apaixonado por livros, fantasiava. E as angustias eram transformadas em vermes, pulgas, pássaros verozes querendo invadir o seu mundo. Agora, adulto e diante de mais um momento pesado, ele volta a se esconder em seu 'reino encantado'. Não vou falar mais nada. Leiam o livro como se tivessem sete anos, como se fosse possível destruir os problemas com a força da imaginação. Quem
sabe ;-)
Assim imagino o cenário do livro |
Fiquem com algumas frases
“Naquela noite, meu pai chegou do trabalho
carregando uma caixa de papelão. Dentro havia um gatinho, um filhotinho de
gênero indefinido com pelo preto e macio, a quem chamei logo de Fofinho, e que
amei total e incondicionalmente.”
“Pessoas diferentes se lembram das coisas de
jeitos diferentes, e você nunca vai ver duas pessoas se lembrando de uma coisa
da mesma forma.”
“Fui para outro lugar em minha cabeça, para dentro
de um livro. Era para onde eu ia sempre que a vida real ficava muito difícil ou
muito inflexível.”
“Ninguém realmente se parece por fora com o que é
de fato por dentro. Nem você. Nem eu.”
“Livros eram mais confiáveis que pessoas, de
qualquer forma.”
“Não vai doer. Fiquei olhando para ele. Os adultos
só diziam isso quando qualquer coisa ia doer muito.”
“Este é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...”Deixe seu comentário e compartilhe suas leituras :-)
“Este é o problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só as lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões...”Deixe seu comentário e compartilhe suas leituras :-)
Alguém poderia me explicar o fim do livro O Oceano no Fim do Caminho??
ResponderExcluir**SPLOIDER**: a Lettie morre?? Lettie, Ginnie e a velha Sra. Hampstock são as mesma pessoas?? O q a morte do minerador de opala tem a ver com tudo isso??
Pois é. Acho que fica tudo por conta da nossa imaginação ;-)
ExcluirA Lettie não morreu. Sim, elas são a mesma pessoa, representando o Presente, o Passado e o Futuro, e a sabedoria de cada um. O minerador morreu graças a pulga, que lhe deu dinheiro, esse dinheiro ele apostou e perdeu tudo, sem conseguir se livrar da culpa por ter perdido o dinheiro que devia aos amigos ele se matou.
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