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quarta-feira, 15 de agosto de 2018

amor verdadeiro na livraria dos corações solitários



"Não é que eu seja tímida, não exatamente, ou que odeie as pessoas, porque não é isso. É mais que eu acho o mundo muito barulhento e cansativo."

"E tem as pessoas. Tantas pessoas, e todas elas falando sem parar, sem nem se preocupar se estão falando baixo.Tendo que expressar cada pensamento que lhes vem à cabeça. Não consigo nem sair para uma caminhada sossegada no parque sem ter alguém em volta gritando no celular, ou ouvindo música e imaginando que o resto do mundo também quer ouvir. Existe um limite para o que eu consigo aguentar!"


Ai, que delícia trabalhar em uma pequena livraria londrina, especializada em livros românticos e com uma casa de chá que deixa o ambiente ainda mais gostoso. Pois é exatamente assim a "Felizes Para Sempre", apresentada para nós na série "A livraria dos corações solitários", da inglesa Annie Darling. O primeiro livro contou como o estabelecimento surgiu e a história de Posy Morland, a proprietária.

Agora, em "Amor verdadeiro na livraria dos corações solitários" temos a sequência sob o ponto de vista de outra personagem que trabalha lá, a introspectiva Veridity Love. Logo de cara, achei melhor que o livro anterior. Gostei muito de ler sobre esta moça, que não gosta muito de se relacionar com outras pessoas. Seu problema é o barulho que o mundo produz. Tudo o que ela quer no fim do dia é sossego e espaço para tomar um vinho em companhia somente de um bom livro. Convenhamos, isso não é pedir demais. Mas todos conspiram contra seus objetivos simples de vida. São tantas celebrações, encontros, festas. E, para piorar, a cobrança por um relacionamento amoroso. Para driblar tudo isso, ela inventa um namoro fictício com Peter Hardy, oceanógrafo que vive em alto mar e que sempre volta nos momentos mais oportunos, livrando-a de vários compromissos. Afinal, "precisam curtir o reencontro a dois". Entretanto, depois de certo tempo, os amigos querem conhecê-lo. Haja desculpas! Até que num ato de desespero, Verity acaba conhecendo Johnny. Ela, literalmente, se joga na mesa em que ele está jantando quando as amigas a seguem na tentativa de conhecer o tal cara misterioso.

Eis que ele tem exatamente o mesmo problema: pressão para que arrume uma namorada. A partir daí, tudo é previsível. Vale apenas como entretenimento. Aliás, da metade do livro para frente, eu me decepcionei. Achei muita enrolação para pouca aventura. Sem contar o final, extremamente meloso e piegas. Cadê o humor das primeiras páginas? Uma pena. De qualquer forma, não vou deixar de frequentar essa livraria. Já estou com o próximo tomo, que fala sobre Nina. É sempre bom ter um chick lit na mão para quebrar a tensão do dia a dia.

Trechos que também falam por mim ;-)


"Foi um dia cansativo e eu preciso de sossego."

"Tudo que ela queria era se sentar e ler um livro com uma taça, ou no máximo duas, de vinho tinto."

"Era sua poltrona de leitura. Sua poltrona-santuário. Sua poltrona de se-aconchegar-debaixo-de-um-cobertor-e-deixar-que-o-mundo-a-esquecesse."

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