A “Casa das Orquídeas”, de Lucinda Riley, me fascinou desde início com a sua lenda da suposta orquídea negra.
Estava a ler sem parar até que, quase no fim, as inúmeras reviravoltas, ora surpreendentes, ora piegas, dos personagens me desanimaram. Mas ainda assim vale a leitura.
Entre taças de vinho ou xícaras de chá, os personagens se sentam na varanda ou diante da lareira, dependendo do clima, e disparam seus segredos. Aliás, milhares deles. Com as mesmas bebidas à mão, eu os acampanho.
Júlia é uma pianista famosa que se isola após o acidente que matou o filho e o marido na França. De volta à Inglaterra, ela se tranca num antigo chalé por meses. Por insistência da irmã, sai do refúgio e revisita a propriedade de nobres ingleses na qual os avós trabalhavam. Júlia adorava passar o tempo ali quando criança, principalmente na estufa que o avô cuidava, com muitas orquídeas e outras plantas exóticas para o frio do hemisfério norte.
Diante das boas lembranças, ela recebe do novo proprietário um diário antigo que faz com que ela se reaproxime da avó. O que não esperava era o emaranhado de revelações que a aguardava. Tudo começa com a história de Harry e Olívia. Ela apaixonada, ele ainda em dúvida sobre sua sexualidade. O casamento, às vésperas da segunda guerra mundial, foi inevitável, bem como suas consequências após o cessar das bombas. Preso por mais de três anos em Singapura, Harry é enviado à Tailândia para se recuperar. E é na distante Bangkok que ele se apaixona pela primeira vez. Nesse momento, começam todas as ligações de sua família com Júlia, reveladas somente sessenta anos depois. Suspiros, muitos suspiros.
“Por fim, ao entender o que acontecera, ela pegou a flor e cheirou seu divino perfume, ponderando sobre o que fazer. Era melhor contar uma verdade para ferir ou uma mentira para proteger?”
E é esse pergunta que todos fazem no decorrer da trama. Claro que a verdade acaba sempre aparecendo. Em alguns casos, porém, quando tudo parece estar superado.
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