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quarta-feira, 3 de maio de 2017

uma semana de inverno


Que leitura mais agradável. Simplesmente devorei "Uma semana de inverno", de Maeve Binchy. Quando o comprei não sabia nada sobre ele nem sobre a autora. Foi o título, a partir de recomendação da loja virtual (olhe só como me conhecem) que me convenceu. Amo inverno e o aconchego que ele proporciona. Adoro sentir o vento gelado no rosto durante uma caminhada e ficar sob edredons com uma xícara de chá quente e um bom livro. Coincidentemente, exatamente na semana em que estava com ele, fez frio em São Paulo. Então, pude realmente entrar na história.

É um romance com cara de livro de contos e tramas que se cruzam. São 11 capítulos, cada um dedicado a um personagem. No primeiro, conhecemos Chick Starr. Muito jovem, ela saiu da costa oeste da Irlanda para seguir os passos de um norte-americano por quem se apaixonou. O que era para ser um conto de fadas torna-se pesadelo quando, dois meses depois, ele a abandona em Nova York. Com vergonha da família e amigos que pensam que ela está vivendo um grande amor, ela se isola e mente. Passa a escrever contando a boa vida que leva do outro lado do oceano. Tempos depois, passa a visitar sua cidade natal anualmente. Sempre mantendo sua versão fictícia dos fatos. Até o dia em que sua sobrinha pede para visitá-la, o que seria o fim das aparências. Após inventar outra grande mentira, ela retorna definitivamente para a Irlanda. É quando as coisas começam a funcionar e sua vida passa a ser verdadeira. Ela aceita o desafio de transformar um casarão antigo no topo do penhasco, a Casa da Pedra, em hotel. Começam os trabalhos para fazer tudo funcionar, mesmo quando todos acham a ideia maluca.

Os demais capítulos vão mostrar os 'funcionários' do hotel, os primeiros hóspedes e o caminho que percorreram até chegar ali. Sem que nenhum deles tivesse planejado tal destino. Conhecemos a divertida Srta. Queenie, a dona do casarão. Rigger, rapaz que auxilia na restauração da casa. Orla, a esperta sobrinha, que também vai dar uma mão para a tia na cozinha.

O primeiro grupo de hóspedes tem Winnie, que se vê obrigada a passar as férias com a provável futura sogra. John, um astro de cinema que resiste a assinar contrato com a TV. Henry e Nicola, casal de médicos que passaram uma temporada trabalhando em navios de cruzeiro. Anders, executivo sueco, herdeiro de uma grande empresa, que não combina com o mundo dos negócios. Os Wall, casal viciado em concursos de revistas e jornais. Srta. Nell Howe, diretora ranzinza de uma escola em Londres que acabou de se aposentar. Freda, bibliotecária que se apaixona perdidamente por um homem casado e que deixa de lado seus próprios interesses. Há ainda Gloria, gatinha adotada pelos habitantes da casa que transita por todos os lugares.

Tudo acontece ao mesmo tempo. Ou seja, temos as impressões de cada um dos personagens sobre o hotel, seus hóspedes e localização, o que nos fará ler mais de uma vez o mesmo acontecimento, mas sob outra perspectiva. Como eu disse, cada capítulo fala sobre a vida inteira da pessoa (ou casal em dois casos). Tudo, porém, é contado de forma sucinta. A autora consegue colocar em apenas poucas linhas a retrospectiva de anos. Isso torna a leitura rápida e com gostinho de quero mais. Confesso que fiquei morrendo de vontade de me hospedar na Casa da Pedra, com seu café da manhã, seus itinerários para caminhadas, sua vista e, principalmente, hóspedes e funcionários que não vão lhe questionar ou julgar.


"Quando se age com boas maneiras,
os outros agem assim com você também."


Costa Oeste da Irlanda, cenário do livro

segunda-feira, 1 de maio de 2017

a irmã da sombra



Já estou com saudades dos personagens de "A irmã da sombra", terceiro livro da série "As sete irmãs", de Lucinda Riley.

Apenas para relembrar, são seis irmãs (a sétima ainda é um mistério) que foram adotadas em diversas partes do mundo. Seus nomes fazem referência à Constelação das Plêiades. O pai, que ninguém sabe ao certo de onde veio ou o que fazia, morre e deixa pistas a cada uma delas sobre suas origens biológicas. No primeiro livro, Maia desembarca no Brasil e acompanhamos a criação da estátua do Cristo Redentor entre 1922 e 1931. No segundo, Ally vai até a Noruega, com seus fiordes e seus grandes compositores.

O cenário desta vez foi o interior da Inglaterra. Foi delicioso acompanhar as aventuras de Estrela D'Apliése por esses lados. Tirando a ambientação, posso dizer que todos os livros de Lucinda Riley, não só os desta série, são idênticos. Mulheres que vão atrás de suas raízes por várias partes do mundo (Hmm teve um homem em "A Rosa da Meia-Noite").

Estrela é calada e está sempre à sombra de Ceci, a irmã que foi adotada quase que ao mesmo tempo que ela.

A pista que seu pai deixou a leva até uma livraria em Londres e ao seu excêntrico dono, Orlando, colecionador de livros raros. Formal ao extremo, ela se sente ao lado do Chapeleiro Maluco, de "Alice". Aos poucos, ela se envolve com sua família, basicamente uma prima, um sobrinho e um irmão bonitão, Mouse. Adivinhem? Por meio das histórias que eles contam, ela é transportada até 1910 e aos antepassados que podem ser sua família de sangue. Como eu já disse várias vezes, os livros de Lucinda são bons somente no momento em que os estamos lendo. Não nos fazem refletir. No máximo, nos fazem querer conhecer os lugares que descreve. No caso, fiquei morrendo de vontade de visitar a região de Lake District, na Inglaterra. Passatempo gostoso. Para relaxar e viajar.


Lake District, cenário de "A irmã da sombra"