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domingo, 5 de janeiro de 2014

deixe a neve cair



Para a última leitura do ano, procurei algo que falasse sobre o Natal. E se trouxesse neve no título para me refrescar no calor escaldante que anda fazendo em São Paulo, melhor ainda. Como disse Pascal Mercier, em 'Trem Noturno para Lisboa': "a imaginação, o nosso último santuário". Foi assim que resolvi me refugiar na nevasca, mesmo que imaginária para mim, de ''Deixe a neve cair', que traz três contos escritos por Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle. O livro é para adolescentes. Em inglês, esse tipo de literatura é conhecida como YA, sigla para Young Adult. Enfim, os contos são interligados pela nevasca que assola parte dos EUA interferindo na noite de Natal dos personagens, todos com dezesseis ou dezessete anos. A maior preocupação dessa garotada é paquerar, namorar, ficar. Os contos são fracos, mas o melhorzinho é o primeiro, de Maureen. Nele, uma garota que se chama Jubileu vê sua noite de Natal na casa do namorado ir por água abaixo quando seus pais são presos num tumulto causado por colecionadores de cerâmicas natalinas. A situação é hilária. Tanto que o incidente nem a aborrece. Seu tormento é que terá que pegar um trem para a casa dos avós. Bye bye, namorico. O segundo, de John Green, é o pior. Amigos utilizam a picape dos pais de um deles para atravessar a cidade e passar o Natal em um dos restaurantes da rede Waffle House, afinal, lá estavam várias líderes de torcida. Sabe aquelas meninas de saias curtas e pompons nas mãos que dançam antes do futebol americano? Aqui a única coisa que se sobressaiu foi a tal da batata rösti, que uma das meninas queria comer. Fiquei com vontade. Para terminar, temos o conto da Lauren. Na verdade, ela acrescenta mais alguns adolescentes, em especial a que se arrepende de ter traído o namorado, e dá o desfecho de todos os outros personagens que se (re)encontram na Starbucks. É isso. Tudo bem que já passei da idade de ler este tipo de livro. Mas não dá para culpar alguém que só queria fechar o ano com uma boa história natalina. Fica para a próxima. Mas confesso que deu uma boa refrescada ;-)

"Eu sei que ninguém é perfeito, que por trás de toda fachada de perfeição há uma confusão distorcida de subterfúgios e arrependimentos secretos..."

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