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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

a culpa é das estrelas




"Você morre no meio da vida, no meio de uma frase."


E eu li “A culpa é das estrelas”, de John Green. Confesso que não tive vontade de ler o livro quando o vi. Achei que fosse mais um de autoajuda ou algo do gênero, mas de tanto ouvir bons comentários sobre ele, entreguei-me à leitura. Li tudo em poucas horas e garanto: de autoajuda não tem nada. É apenas uma bonita história de amor entre adolescentes (e escrita para os tais young adults).

O livro nos passa certa tranquilidade, apesar de o tema sugerir o contrário. Fala de Hanzel Angel, garota de 16 anos que tem câncer de pulmão e é obrigada a conviver com cilindros de oxigênio. Sem disposição para nada, apenas aguarda a morte. Enquanto isso, é praticamente empurrada pela mãe para um grupo de apoio. A discussão lá é sempre a mesma: qual o seu câncer, como descobriu, de que forma está lutando etc. Mas eis que num desses encontros conhece Augustus, um 'gato' que não para de encará-la. Ela aceita o flerte e se apaixona. Juntos, trocam segredos, ironizam os clichês em torno da doença e divagam sobre filosofia, literatura, música, games e, claro, a morte. Aliás, dessas conversas saem frases incríveis. O maior medo dele é morrer e ser esquecido. É não deixar uma marca que sempre vai fazer as pessoas pensarem no que representou. Já Hanzel se considera uma granada pronta para aumentar o sofrimento de todos que gostam dela. Consola-se no seu livro preferido, que termina assim, de repente, e a deixa a imaginar o possível desfecho das personagens. Ela o indica ao amigo, que vê nisso um desafio. Juntos, saem de Indiana e vão a Amsterdã para encontrar o autor e cobrar dele o fim da trama. E é nessa cidade colorida que estão as passagens mais lindas, no restaurante com 'estrelas' e na Casa de Anne Frank. Daí foi difícil não me emocionar. Sobretudo porque me trouxe lembranças distantes de quando estive na mesma cidade. Com todos os sonhos adolescentes que sempre existirão. Leiam sem medo. E o título? “A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas / Mas de nós mesmos", peça de Shakespeare. Okay? #embrevenoscinemas ;-)


Fan art: como alguns leitores veem o casal

Um comentário:

  1. Amei sua resenha sobre o livro. Também fiquei com preconceito pra ler, pois achei que seria muito adolescente. Mas não! Me encantei e me emocionei, me envolvi, fiquei com depressão após o termino da leitura. Parabéns!

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